Diagnóstico de infeção em feridas
Increased bacterial burden and infection: NERDS and STONES (Wounds International)
Para infeções superficiais, pensar na NERDS:
Letra |
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Informação chave a reter |
Comentários |
N |
Nonhealing wound
Ferida não cicatrizante |
> A ferida não cicatriza apesar de uma intervenção adequada (ferida cicatrizável com a causa tratada e os problemas dirigidos à pessoa orientados).
> A carga bacteriana aumentada causou um aumento do metabolismo na ferida crónica criando um ambiente pró-inflamatório que atrasa a cicatrização. |
> Para definir o trajeto da cicatrização, o tamanho da ferida deve diminuir 20–40% em quatro semanas com tratamento apropriado, para cicatrizar à 12ª semana.
> Se a ferida não responder à terapia antimicrobiana tópica, considerar uma biópsia após 4 a 12 semanas para descartar um diagnóstico oculto, como vasculite, pioderma gangrenoso ou malignidade. |
E |
Exudative wound
Ferida exsudativa |
> Um aumento do exsudado da ferida pode ser indicativo de um desiquilíbrio bacteriano e leva a maceração periférica.
>O exsudado é frequentemente límpido antes de se tornar purulento ou sanguinolento. |
> O clínico deve estar atento ao aumento de exsudado para avaliar sinais subtis de infeções.
> Proteger a oele periférica lembrando o acrónome LOWE (liquid filmforming acrylate; ointments; windowed dressings; external collection devices) para criar uma barreira na margens da ferida. |
R |
Red and bleeding wound
Ferida vermelha e friável
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> Quando o leito da ferida é vermelho brilhante com tecido de granulação exuberante e friável, pode suspeitar-se de um desiquilíbrio bacteriano. |
> O tecido de granulação deve ser rosa e firme. O tecido de granulação exuberante que fica solto e é friável reflete dano bacteriano na formação da matrix de colagéneo e um aumento da vascularização dos tecidos. |
D |
Debris in the wound
Detritos na ferida |
> O tecido necrosado ou detritos na ferida são uma fonte para bactérias e podem desencadear um desiquilíbrio bacteriano. |
> O tecido necrosado no leito da ferida requer desbridamento na presença de circulação adequada.
> A escolha no desbridamento deve ser determinada baseando-se no tipo de ferida, na perícia do clínico, e nos recursos. |
S |
Smell from the wound
Odor na ferida |
> O odor pelo metabolismo bateriano causado pela necrose dos tecidos associada a uma resposta inflamatória é indicativo de danos bacterianos. As psudomonas têm um odor caracteristicamente doce como coloração verde; anaeróbios têm um odor putrido devido à metabolização dos tecidos. |
> Os clínicos devem diferenciar o odor do dano bacteriano do odor associado à interação di exsudado com os diferentes tipos de apósitos, particularmente alguns hidrocolóides. O odor pode vir de danos nos tecidos profundos ou superficiais, e este não pode ser associado apenas ao exsudado como sinais de aumento da carga bacteriana superficial. |
Para infeções profundas, pensar em STONES:
Letra |
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Informação chave a reter |
Comentários |
S |
Size is bigger
Aumento da dimensão |
> A dimensão é medida pelo mais comprimento e a maior largura no ângulo correcto. Apenas as feridas bastante profundas necessitam de medir a profundidade com um estilete.
> O aumento do tamanho por dever-se a danos por bactérias nos tecidos profundos e periféricos, ou por não ter as causas corrigidas, ou existirem fatores sistémicos ou locais do hospedeiro a impedir a cicatrização. |
> Os clínicos devem ter uma abordagem consistente nas medições.
> Um aumento nas dimensões causado pelo dano bacteriano é devido a uma propaggação das bactérias do leito para o tecido periférico e para os tecidos profundos. Isto é um indicador de que a combinação do número de bactérias e da sua virulência superou a resistência do hospedeiro. |
T |
Temperature increased
Aumento da temperatura |
> Com infeção dos tecidos periféricos, a temperatura aumenta. Isto pode ser medido grosseiramente com o toque da mão com luva ou usando um termómetro infravermelho ou dispositivo de scanning. Deve exitir uma alta suspeita de infeção se a diferença na temperatura for >3ºFentre dois locais simétricos. |
É importante distinguir entre infeção e os outros dois potenciais causadores de alterações na temperatura:
> Uma diferença no aporte vascular à pele (com diminuição da circulação é mais fria)
> Condições inflamatórias não são habitualmente tão quentes, mas podem causar um aumento significativo da temperatura com destruição extensa de tecidos profundos (Pé de Charcot agudo). |
O |
Os (probes to or exposed bone)
Exposição óssea |
> Existe uma alta incidência de osteomielite se o osso for exposto ou se o clínico conseguir tocar no osso com o estilete numa pessoa com úlcera de pé neuropática.
> Uma RM é provavelmente o meio de diagnóstico mais eficaz quando disponível e considerado como necessário para dilemas diagnósticos. |
> As radiografias, TACs e RMs são menos fiáveis no diagnóstico de osteomielite com perda de substância óssea que ocorre com a neuropatia. Radiografias de ossos bem calcificados, como úlceras de pressão pélvicas, podem ser mais fiáveis. A maioria das úlceras que expôem o osso em outras localizações são menos frequentemente associadas a osteomielite. |
N |
New areas of breakdown
Novas áreas de ferida |
> Observar as áreas satélite de destruição de pele que estão separadas da úlcera principal.
> É importante lembrar que isto pode ser devido à causa da ferida, infeção, ou dano local que não foi corrigido. |
> Pesquisa da causa das novas lesões satélite e a necessidade de corrigir a causa.
> Pesquida de dano local e considerar infeção, exsudado aumentado ou outras fontes de trauma. |
E |
Exudate, erythema, edema
Exsudado, eritema, edema
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> Todas estas características são devidas à resposta inflamatória. Com o aumento da carga bacteriana, o exsudado aumenta em quantidade e transforma-se de um líquido límpido ou seroso para purulento e pode ter um componente hemorrágico. A inflamação leva a vasodilatação (eritema) e o extravasamento de fluídos para os tecidos resulta no edema. |
> Para o controlo de exsudado, determinar a causa e depois adaptar a absorção do apósito (nenhuma, baixa, moderada, elevada) à quantidade de exsudado da ferida.
> Observar a pele periférica para avaliar maceração. Usar novamente o acrónimo LOWE© (liquid film-forming acrylate; ointments; windowed dressings; external collection devices) para a barreira cutânea nos bordos da ferida.
> Para o controlo do edema e eritema, a causa da infeção dos tecidos deve ser tratada. |
S |
Smell
Odor
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> As bactérias que invadem os tecidos têm um odor fétido. Existe um odor doce desagradável de Pseudomonas Gram-negativas e os organismos anaeróbios podem causar um cheiro pútrido da destruição de tecidos associada. |
> Certificar-se que o odor provém dos organismos e não da interação do exsudado com alguns apósitos.
> Os antimicrobianos sistémicos são indicados e vão tratar os microorganismos causadores, e o tecido desvitalizado deve ser desbridado agressivamente nas feridas com capacidade de cicatrizar. |
Fisiologia e diagnóstico
Wound Infection Made Easy
Realização de zaragatoas
Identifying Wound Infection: Taking a swab (Wounds-UK)